Em uma entrevista coletiva, a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, destacou a importância dessa demanda antiga do setor industrial. Ela ressaltou que a nova lei proporciona competitividade para os investidores, permitindo a dedução do Imposto de Renda e antecipação da restituição. Além disso, garante fluxo de caixa para as empresas, o que influenciará nas decisões de investimento.
Essa legislação de depreciação acelerada funciona como um mecanismo de antecipação de receita para as empresas. Com a nova lei, o abatimento do valor das máquinas adquiridas até 2025 poderá ser feito em apenas duas etapas: 50% no ano em que forem instaladas ou entrarem em operação e 50% no ano seguinte. Inicialmente, o programa destinará R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos e instrumentos novos.
Apesar disso, a Abimaq criticou o valor disponibilizado pelo governo, considerando-o insuficiente diante da necessidade de investimentos no país. A entidade espera que o governo regulamente rapidamente a nova lei para que seja possível identificar os setores mais beneficiados.
Além disso, a Abimaq estimou que as enchentes no Rio Grande do Sul causarão uma queda de até 5% nas vendas nacionais do setor de máquinas e equipamentos, com impacto significativo nas vendas locais, estimando-se uma retração de até 50%. No entanto, a entidade acredita que medidas do governo podem mitigar esse impacto no estado.
Em relação ao desempenho do setor no último mês, a Abimaq informou que as vendas de máquinas e equipamentos em abril totalizaram R$ 18,4 bilhões, uma queda de 20,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, até abril, o setor registrou um montante de R$ 74,9 bilhões, uma redução de 21,2% em comparação com o mesmo período de 2023. A entidade projeta uma queda de 7% nas receitas para o fechamento do ano, contrariando a previsão anterior de alta de 0,6%.
Em resumo, a nova lei de depreciação acelerada tem o potencial de impulsionar investimentos no parque industrial brasileiro, mas o setor enfrenta desafios, como as enchentes no Rio Grande do Sul e o desempenho negativo decorrente da seca, dos juros altos e da queda nos preços das commodities.
