Sirenes em Kiev: Medo e calma em meio aos ataques russos durante a madrugada

No final da tarde de terça-feira, em Kiev, as sirenes tocaram pela primeira vez para mim. Confesso que fiquei impactada com a situação. No entanto, logo percebi que os ucranianos e estrangeiros ao meu redor estavam tranquilos, acostumados com a frequência desses alertas e sabendo como agir diante deles. O clima de normalidade continuou e as pessoas ao redor seguiram conversando como se nada estivesse acontecendo.

Durante a madrugada, a situação tomou um rumo diferente. Fui despertada por uma colega jornalista após as sirenes tocarem duas vezes. Recebemos instruções para descer ao abrigo do hotel, levando conosco documentos e celulares. Às 4 da manhã, muitos moradores de Kiev já estavam nos abrigos distribuídos pela cidade, seguindo as orientações de segurança.

Os habitantes da Ucrânia, tanto locais quanto estrangeiros, têm em seus celulares aplicativos que os alertam sobre situações de risco e indicam a necessidade de se dirigir a um abrigo. Em tempo real, esses aplicativos fornecem informações sobre os artefatos lançados pela Rússia, seus trajetos e possíveis alvos atingidos. A incerteza e o medo são sentimentos presentes nesses momentos, mas os ucranianos já aprenderam a lidar com essas situações com certa serenidade.

Enquanto aguardávamos no abrigo, mantivemos contato com fontes locais que recomendaram que permanecêssemos no local. A calma dos ucranianos ajudou a tranquilizar aqueles ao redor, embora a tensão fosse palpável. Após cerca de uma hora de espera, a confirmação de que os mísseis e drones haviam sido interceptados trouxe alívio.

A manhã seguinte trouxe a sensação de que a noite tumultuada havia passado. A rotina de interrupções noturnas provocadas pelas sirenes é familiar para os que vivem na Ucrânia, tornando-se apenas mais um desafio a ser superado. Os ucranianos seguem em frente, enfrentando a incerteza e o medo com determinação e resiliência.

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