O ex-chanceler de Luiz Inácio Lula da Silva nos dois primeiros mandatos do petista ressaltou a importância do diálogo entre as partes envolvidas no conflito, preferencialmente com o apoio de países que sejam confiáveis para ambas as partes. Amorim também enfatizou que o governo brasileiro tem mantido conversas sobre o tema com diversos interlocutores, inclusive ocidentais, que reconhecem o papel desempenhado pela China nesse processo.
As declarações de Amorim ocorreram em resposta às críticas feitas pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que questionou a aliança entre Brasil e Rússia, insinuando motivações comerciais. Zelensky expressou preocupação com a ausência esperada de Lula em uma conferência de paz convocada pela Suíça, na qual a Rússia não foi convidada.
Na semana passada, Brasil e China apresentaram uma proposta conjunta para as negociações de paz, defendendo a participação tanto da Rússia quanto da Ucrânia. O entendimento foi firmado após uma reunião em Pequim entre o assessor especial de Lula e o chanceler chinês, Wang Yi. Amorim ressaltou que a declaração conjunta sino-brasileira envia mensagens a todas as partes envolvidas no conflito, incluindo a Rússia, e que o governo brasileiro nunca deixou de criticar a ação militar russa sem autorização da ONU.
Ao finalizar, Amorim enfatizou que Brasil e China apelam para que as partes em conflito sigam três princípios para permitir a abertura de negociações: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer uma das partes. A busca pela paz e pelo fim do conflito na região permanece como uma prioridade para o governo brasileiro.