Em uma entrevista ao jornal Valor Econômico, Richardson destacou a disputa global entre democracias e ditaduras, enfatizando a falta de respeito pelos direitos humanos por parte do governo comunista chinês. Ela apontou o histórico de ações da China não apenas na América Latina, mas também em outras regiões do mundo.
Em resposta, a Embaixada do Brasil na China classificou as declarações dos EUA como típicas da Guerra Fria e acusou os americanos de adotarem uma postura hegemonista, buscando desmoralizar a China e prejudicar a cooperação entre os dois países.
Para o sociólogo Raphael Seabra, da UnB, a postura de Richardson reflete a política do governo Biden, que busca conter a influência da China no cenário internacional. Já o professor de relações internacionais Alexandre Pires, do Ibmec, ressaltou que os EUA estão buscando alianças para enfrentar a China, e o Brasil surge como um potencial aliado estratégico.
Em relação ao comércio exterior, a China se destaca como o maior parceiro comercial do Brasil, com um fluxo de comércio que superou os US$ 157 bilhões em 2023. Os EUA vêm logo em seguida, com transações de quase US$ 75 bilhões. A dependência do Brasil em relação a essas duas potências requer uma estratégia equilibrada para tirar proveito da disputa entre China e EUA sem sofrer as consequências de possíveis retaliações.
Diante desse cenário, os especialistas destacam a importância de o Brasil agir como mediador e buscar benefícios para o país nessa disputa entre as potências mundiais. A história das relações internacionais ensina que o equilíbrio e a busca por interesses mútuos podem ser fundamentais para a posição do Brasil no tabuleiro geopolítico global.