Candidatos falsos trans e LGBTQIAP+ são inabilitados no México por suposta fraude de identidade na eleição geral.

No México, dezenas de candidatos foram desqualificados das eleições gerais de domingo (2) devido à falsa representação de sua orientação sexual e identidade de gênero. Candidatos heterossexuais têm se registrado como LGBTQIAP+ para cumprir as cotas exigidas pelos partidos políticos, o que tem gerado polêmica e denúncias por parte de grupos e autoridades.

Segundo Yunuem Tena Calderon, uma mulher trans de 30 anos, os casos de heterossexuais assumindo cargos na comunidade LGBTQIAP+ têm sido frequentes. Isso tem causado indignação e levado a impugnações pelas autoridades eleitorais. A situação é ainda mais delicada pois, de acordo com Ignacio Hurtado, presidente do Instituto Eleitoral de Michoacan, a identidade de gênero é um assunto sensível e privado.

As eleições no México marcaram um marco na história do país, com a eleição de presidentes, parlamentares, governadores e mais de 20 mil funcionários locais. No entanto, várias candidaturas registradas como sendo de ação afirmativa foram contestadas por fraude e falsa representação. A situação se torna ainda mais complexa devido à falta de medidas legais para punir aqueles que usurpam indevidamente as candidaturas.

Em 2021, o México aprovou leis que exigem cotas mínimas de candidatos LGBTQIAP+ para todos os partidos, visando dar representação à diversidade sexual que historicamente tem sido marginalizada na política. No entanto, a boa intenção da lei acabou se tornando um desafio, com líderes da comunidade LGBTQIAP+ denunciando usurpações de candidaturas e métodos cada vez mais sofisticados para fraudar o sistema.

Diante deste cenário, as autoridades eleitorais estão buscando formas de evitar e punir aqueles que falsificam sua identidade de gênero para obter candidaturas indevidas. A questão da representação genuína e inclusiva da comunidade LGBTQIAP+ tem sido posta em xeque, com líderes exigindo medidas mais efetivas para proteger o processo eleitoral e garantir a legitimidade das candidaturas.

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