ANC enfrenta perda histórica de maioria absoluta e busca alianças para se manter no poder após resultados catastróficos.

O Congresso Nacional Africano (ANC), partido histórico de Nelson Mandela, está diante de uma situação delicada neste sábado (1º), aguardando a confirmação iminente de que perdeu a maioria absoluta que detinha desde o fim do apartheid, há três décadas. Com mais de 98% dos votos apurados, o ANC, liderado pelo atual presidente Cyril Ramaphosa, obteve apenas 40,15% dos votos, uma queda significativa em relação aos 57,5% conquistados em 2019.

Essa poderia ser considerada a pior derrota do partido desde que chegou ao poder em 1994, com Nelson Mandela como líder emblemático. A necessidade de buscar alianças para se manter no poder é uma realidade que o ANC está enfrentando pela primeira vez em muitos anos.

Após o anúncio dos resultados finais, o órgão de decisão do partido determinará o caminho a seguir. O ANC já vinha mantendo conversas com outras legendas antes das eleições, visando possíveis alianças. A oposição, representada pela Aliança Democrática (DA), ficou em segundo lugar, com 21,71% dos votos, seguida pelo partido Umkhonto We Sizwe (MK), recentemente criado por Jacob Zuma, ex-presidente do ANC, que surpreendeu ao obter 12,6% dos votos.

As opções para o ANC são desafiadoras. Uma possível aliança com a DA, que tem ideais opostos, pode enfrentar resistência interna. Outras alternativas, como a colaboração com a EFF ou MK, também apresentam obstáculos. O partido precisa lidar com as demandas de seus eleitores, descontentes com a falta de cumprimento de promessas de educação, moradia e serviços básicos.

A crise política na África do Sul reflete o aumento da criminalidade, pobreza e desigualdade no país. O envolvimento em casos de corrupção também contribuiu para minar a confiança no ANC. A incerteza sobre o futuro político do país paira no ar, enquanto os líderes buscam soluções para manter a estabilidade e a governabilidade.

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