A Defesa Civil municipal emitiu um alerta sobre a possibilidade de chuvas intensas e ventos fortes no sábado, aconselhando a população a evitar transitar nas ruas durante o período previsto para as intempéries. Enquanto isso, a prefeitura divulgava eventos e esquemas de trânsito para uma maratona que ocorreria no domingo, minimizando a gravidade do aviso da Defesa Civil.
Chuvas intensas castigaram a capital gaúcha, inundando-a com 43 milímetros de água em apenas seis horas, causando alagamentos e transtornos pela cidade. O Aeroporto Salgado Filho teve suas operações afetadas, com voos sendo desviados para Florianópolis devido às condições climáticas.
No interior do estado, municípios como Sant´Ana do Livramento e Pelotas também enfrentaram prejuízos e transtornos devido às chuvas. Um tornado atingiu São Martinho da Serra, sem causar grandes danos, mas em Santa Cruz do Sul centenas de casas foram destelhadas e o fornecimento de energia interrompido.
A situação se agravou nos dias seguintes, com enchentes, deslizamentos de solo, danos em residências, e moradores de vários bairros solicitando atendimentos emergenciais. A prefeitura decretou estado de calamidade pública, reconhecendo o desastre como o maior da história gaúcha em termos de prejuízos materiais.
Especialistas criticaram a falta de eficiência da Defesa Civil, a escassez de informação preventiva para a população e a falta de estrutura para lidar com eventos climáticos extremos. O governo estadual recebeu críticas pela demora em agir e evacuar a população.
O governador Eduardo Leite reconheceu a gravidade da situação e acionou auxílio federal para lidar com a crise. A Defesa Civil emitiu alertas tardios, recomendando a busca por locais seguros e a evacuação de áreas de risco. O estado contabilizou ao menos 10 mortes, 21 desaparecidos e um grande número de desabrigados e afetados pelas inundações em diversos municípios atingidos.
A população gaúcha enfrentou uma tragédia climática que expôs fragilidades nos sistemas de prevenção, alerta e resiliência do estado diante de eventos climáticos extremos. Medidas efetivas de preparação e resposta a desastres naturais eram necessárias para mitigar os impactos da frente fria que desolou o Rio Grande do Sul em 2024.