Com esse enfraquecimento do partido de Nelson Mandela, há a perspectiva de que o ANC tenha que compartilhar o poder com um adversário – uma situação inédita na história do país. O presidente do ANC e atual ministro das Minas e da Energia, Gwede Mantashe, declarou que o partido está aberto a conversar com diferentes grupos, sem revelar com quem estavam negociando possíveis acordos de coalizão.
A contagem dos votos ainda estava em andamento, mas até o momento o ANC havia conquistado 40,21% dos votos, enquanto o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), ficou com 21,80%. O partido uMkhonto we Sizwe (MK), liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, obteve 14,60% dos votos, e os Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), liderados por Julius Malema, conquistaram 9,48% dos votos.
A queda no apoio ao ANC ao longo dos anos é atribuída a questões econômicas como o aumento do desemprego e a falta de investimentos em infraestrutura. O forte desempenho do partido MK, especialmente em KwaZulu-Natal, região de origem de Zuma, também contribuiu para a perda de apoio ao ANC.
Analistas sugerem que uma possível saída para o ANC seria formar um “governo de unidade nacional”, envolvendo diferentes partidos, em vez de uma coalizão formal. No entanto, o líder do EFF, Malema, se mostrou contrário a essa ideia, preferindo a formação de uma coligação.
A Comissão Eleitoral prevê anunciar os resultados finais das eleições no domingo, e a expectativa é que o cenário político sul-africano possa passar por mudanças significativas com o fim do domínio do ANC.