Edital da Prefeitura do Rio propõe assembleia constituinte hipotética com participação negra após abolição da escravização – Constituinte do Brasil Possível.

No dia 14 de maio de 1888, um dia após a abolição da escravização no Brasil, surgiu um evento fictício que impactou a história do país: a instauração de uma assembleia constituinte com participação equitativa da população negra. Esse é o mote do edital da Prefeitura do Rio de Janeiro intitulado Constituinte do Brasil Possível, que convoca artistas de todo o Brasil a refletirem sobre como seria o curso da história brasileira se a população negra tivesse tido voz ativa nas decisões políticas do país após a assinatura da Lei Áurea.

O edital visa selecionar obras de dez artistas que serão remunerados em R$ 4,5 mil e expostos no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por pessoas pretas e pardas com idade a partir de 18 anos, por meio de formulário online até 26 de junho.

Intitulado Linha de Cor, o projeto inovador envolve pesquisa, educação e audiovisual realizados por pessoas negras. O resultado do edital será divulgado no site do projeto e nas redes sociais em 15 de julho. As propostas artísticas podem adotar diversas linguagens, como pintura, escultura, fotografia, poesia visual, performance, entre outras.

A idealizadora do projeto, Mariana Luiza, destaca a importância de destacar importantes abolicionistas que foram invisibilizados pela história, como Maria Amanda Paranaguá, Tia Ciata, André Rebouças e José do Patrocínio. O objetivo é criar um exercício de reformulação histórica, imaginando um país mais inclusivo e possível a partir da abolição da escravização.

Mariana Luiza, que iniciou suas pesquisas em 2017, visa expandir o projeto para um documentário, previsto para iniciar em 2025. Até lá, o Linha de Cor continuará trabalhando em parceria com a Associação dos Produtores Audiovisuais Negros (APAN) para dar visibilidade e valorizar a cultura negra na produção artística.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo