Movimento dos Atingidos por Barragens reivindica inclusão de comunidades tradicionais em mapas geológicos em consulta pública do SGB.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está pressionando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) para que as comunidades tradicionais sejam identificadas nos mapas produzidos pelo órgão. Essa reivindicação será apresentada durante a consulta pública aberta pelo SGB desde 15 de abril, a qual visa colher contribuições para a construção do Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo) 2025-2034.

O prazo para participação nessa consulta, que tem duração de 60 dias, encerrará no próximo mês. O objetivo da consulta é promover um diálogo transparente e democrático sobre o futuro do mapeamento geológico. Diversos stakeholders, como representantes das empresas do setor mineral, especialistas, pesquisadores e organizações sociais, podem opinar sobre as áreas a serem priorizadas nas pesquisas do SGB, com foco nos minerais críticos e estratégicos para a transição energética.

O mapeamento geológico desempenha um papel crucial na identificação das rochas e outras características geológicas de uma determinada área, sendo essencial para o setor da mineração na verificação da presença de minerais de interesse econômico e na viabilidade da extração. As informações levantadas possibilitam apontar os locais mais propícios para a atuação das empresas do setor minerário.

O PlanGeo 2025-2034 será um guia importante para o processo de exploração mineral do país, reunindo dados que poderão subsidiar a formulação de políticas públicas relacionadas à mineração e auxiliar o setor na definição de investimentos em pesquisas exploratórias.

O advogado Artur Colito, membro do coletivo de direitos humanos do MAB, destaca a importância de reconhecer as comunidades tradicionais nos mapas geológicos devido às violações de direitos humanos que historicamente enfrentaram em decorrência da atividade mineradora. Ele cita a Convenção 169 da OIT, da qual o Brasil é signatário, que garante o direito à consulta prévia, livre e informada aos povos tradicionais sempre que uma medida legislativa ou administrativa possa afetá-los diretamente.

Ao anunciar a construção do PlanGeo 2025-2034, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou a importância do conhecimento geológico para os projetos de transição energética, salientando que esse planejamento permitirá uma melhor utilização do solo de forma eficiente e produtiva.

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