Uma característica recorrente é a concentração de envios nos últimos dias do prazo. Cerca de 4 milhões de declarações foram submetidas entre os dias 30 e 31 de maio, os últimos dias para entrega.
Um fator que pode ter contribuído para o aumento do número de envios este ano foi a maior disponibilidade de declarações pré-preenchidas, que alcançaram 75% dos contribuintes, mas foram utilizadas por apenas 41% dos declarantes. Isso facilitou o processo e pode ter influenciado na adesão.
Aqueles que não entregaram a declaração dentro do prazo estão sujeitos a multas que podem chegar a 20% do valor devido. No entanto, a Receita Federal decidiu estender o prazo excepcionalmente para 30 de agosto para os contribuintes afetados pela tragédia climática no Rio Grande do Sul, que atingiu mais de 2,3 milhões de pessoas.
Além disso, houve um aumento significativo no número de doações feitas diretamente na declaração do Imposto de Renda. No total, foram R$ 330,43 milhões destinados por 237.081 contribuintes, sendo o Rio Grande do Sul o estado que mais recebeu recursos.
Apesar do aumento nas doações, ainda existe um potencial não explorado, uma vez que se todos os contribuintes indicassem o destino do dinheiro, a quantia direcionada poderia chegar a R$ 12,9 bilhões.
Outro ponto relevante são as estatísticas referentes às declarações deste ano, que mostram que 60,6% dos contribuintes têm direito a alguma restituição do IRPF. Os valores começaram a ser pagos recentemente, priorizando os contribuintes afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A média de idade dos declarantes em 2024 foi de 47 anos, e pela primeira vez mais de 10% preencheram a declaração de forma online, indicando uma tendência de digitalização no processo.