Durante os primeiros dias da crise sanitária em 2020, Fauci era considerado o maior especialista dos Estados Unidos no assunto, o que gerou uma série de críticas vindas principalmente da direita do país devido às divergências de opinião entre ele e o então presidente Donald Trump.
A relação conturbada entre Fauci e Trump culminou em inimizades, especialmente após o ex-conselheiro corrigir informações equivocadas do presidente, que busca se reeleger em novembro para um segundo mandato. As críticas dos republicanos chegaram a um ponto em que Fauci e sua família passaram a viver sob um esquema de proteção devido a ameaças de morte.
Os republicanos alegam que Fauci contribuiu indiretamente para o surgimento da pandemia ao financiar pesquisas científicas na China, país acusado de ser o berço do vírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19.
Em seu interrogatório perante o Congresso, Fauci foi questionado sobre sua participação em experimentos de “ganho de função”, técnica que visa modificar vírus para estudá-los e encontrar formas de combatê-los. Segundo o ex-conselheiro, seria “impossível” que o vírus tivesse sido alterado nos morcegos e posteriormente se transformado na variante SARS-CoV-2.
Após 38 anos como diretor do Instituto Nacional de Alergias e Enfermidades Infecciosas (Niaid), Fauci se defendeu das acusações dos republicanos, que sugeriam sua influência na CIA em relação à origem da pandemia. O ex-conselheiro refutou categoricamente tais afirmações, considerando-as “totalmente falsas e absolutamente grotescas”.
Após intensas investigações, o subcomitê do Congresso não encontrou provas que ligassem Fauci às pesquisas controversas realizadas em Wuhan. A paciência do ex-conselheiro foi testada durante as quase 100 horas de depoimentos e análises de documentos realizados durante 15 meses de investigação.
Anthony Fauci, conhecido por suas contribuições para as políticas de saúde pública nos Estados Unidos, permanece firme em sua defesa e em meio a um cenário de polarização política e acusações infundadas.