O encontro aconteceu uma semana após a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) ter assinado um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), sem o consentimento das outras principais entidades representativas da categoria docente e dos servidores. Essa ação gerou uma divisão entre as categorias, com algumas concordando e outras discordando do acordo fechado pela Proifes que, posteriormente, foi anulado por uma decisão liminar da Justiça Federal.
Os professores e servidores de cerca de 60 universidades federais e mais de 39 institutos federais de ensino básico, profissional e tecnológico estão em greve desde meados de abril, reivindicando, entre outras medidas, um reajuste salarial de 4,5% ainda este ano. No entanto, o governo federal propôs um aumento de 13,3% a 31% até 2026, com início em 2025, sendo que as categorias que recebem menores salários terão os maiores aumentos.
Durante a reunião, o governo informou que a negociação salarial com os docentes foi encerrada com o acordo fechado pela Proifes, porém, se manteve aberto para discutir pautas não salariais em outras instâncias de governo. O presidente do Andes-SN, Gustavo Seferian, apontou um “bom momento de diálogo” durante a reunião, que contou com a participação de deputadas que se comprometeram a lutar pela aprovação de um projeto de crédito extraordinário para viabilizar o reajuste ainda este ano.
Após duas horas de espera, os líderes grevistas conseguiram promessas de novas reuniões com o governo para discutir as pautas das categorias, mas sem foco remuneratório. O MGI confirmou as datas das reuniões, porém destacou que os assuntos em discussão não envolvem reajustes salariais. Alegadamente, o governo justificou que a questão do reajuste não é política, mas econômica, e solicitou a apresentação de um projeto de crédito extraordinário para viabilizar o aumento salarial.
Durante entrevista coletiva, representantes do Andes-SN, Sinasefe e Fasubra criticaram a Proifes, alegando falta de legitimidade para negociar com o governo e expressaram indignação com a forma como o acordo foi firmado. Reafirmaram o compromisso com a greve e a necessidade de respostas concretas por parte do governo em relação às reivindicações das categorias. A luta por melhores condições salariais e de trabalho continua, enquanto sindicatos e governo buscam um consenso para a resolução do impasse.