Eleições europeias: Extrema-direita ganha força no Parlamento, potencial mudança de alianças e impacto nas políticas da UE.

As eleições europeias deste ano trazem um cenário de potencial avanço da extrema-direita no Parlamento Europeu, o que pode causar mudanças significativas no equilíbrio de forças e na formação de alianças na política da União Europeia.

Segundo pesquisas, há uma tendência de fortalecimento dos partidos de extrema-direita, que atualmente estão divididos em dois blocos distintos. De um lado, temos o bloco dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), considerados “pró-europeus”, com partidos como Fratelli d’Italia, Vox e Reconquista. No lado oposto, encontramos o grupo Identidade e Democracia (ID), que recentemente excluiu o partido alemão AfD.

Esses dois blocos têm projetos diferentes para a União Europeia, com visões que variam desde a defesa da soberania nacional até perspectivas mais eurocéticas. As pesquisas indicam que ambos os grupos poderão conquistar entre 20% e 25% das cadeiras no Parlamento Europeu, mas a possibilidade de uma união entre eles ainda é incerta.

A líder do Reagrupamento Nacional francês, Marine Le Pen, manifestou interesse em formar um grande bloco de “soberania” no Parlamento Europeu, juntamente com outros líderes como Viktor Orban, da Hungria. No entanto, o bloco ECR, liderado por Georgia Meloni, descartou essa possibilidade de união.

O fator determinante para a formação de alianças e para o equilíbrio de poder no Parlamento Europeu será a posição do Partido Popular Europeu (PPE), a maior bancada do Legislativo. A atual presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, está aberta a alianças específicas com o bloco ECR, mas rejeita qualquer cooperação com o ID, que considera um aliado da Rússia.

Essa divisão e as possíveis alianças entre os diferentes blocos políticos da extrema-direita e das demais correntes ideológicas poderão ter um impacto significativo em temas como migração, relações internacionais e políticas de combate à mudança climática na União Europeia. A formação de coalizões e o fortalecimento de determinados grupos poderão influenciar diretamente as decisões políticas e as orientações da União Europeia no futuro.

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