Ex-eurodeputado Nigel Farage anuncia candidatura ao parlamento britânico com partido nacionalista Reform UK, desafiando conservadores e trabalhistas

O político Nigel Farage, conhecido por sua fervorosa campanha a favor do Brexit em 2016, surpreendeu a todos nesta segunda-feira ao anunciar sua candidatura nas eleições britânicas de 4 de julho com o partido nacionalista Reform UK, que vem ganhando destaque nas pesquisas. Em uma coletiva de imprensa, Farage, que havia afirmado há apenas dez dias que não seria candidato, revelou sua mudança de opinião e também sua decisão de assumir a presidência do Reform UK, um partido que defende políticas contra a imigração.

O líder de extrema-direita, de 60 anos, declarou que percebe uma forte rejeição à classe política no país, o que o motivou a concorrer mais uma vez, após ter tentado se eleger deputado sete vezes sem sucesso. Farage afirmou que não pode decepcionar os milhões de pessoas que confiam nele para representá-los.

A candidatura de Farage pode ter impacto nas eleições, desviando votos importantes dos conservadores do primeiro-ministro Rishi Sunak em diversos assentos e potencialmente favorecendo a oposição trabalhista, que aspira retornar ao poder pela primeira vez desde 2010. O político ganhou reconhecimento em 2016, durante o referendo sobre o Brexit, onde liderou uma intensa campanha a favor da saída do Reino Unido da União Europeia.

Atualmente, Farage é o líder do Reform UK e apresentador do canal de televisão GB News, o que lhe proporciona popularidade entre o eleitorado conservador. Segundo pesquisas recentes, seu partido conta com 15% das intenções de voto, apenas cinco pontos atrás dos conservadores, e muito à frente dos liberais-democratas, historicamente a terceira força política do país. As pesquisas indicam que os trabalhistas, liderados por Keir Starmer, têm cerca de 45% das intenções de voto, o que os colocaria em uma posição favorável para tirar o Partido Conservador do poder.

Nigel Farage afirmou que seu objetivo é atrair milhões de eleitores para que o Partido Trabalhista vença as eleições com uma margem menor do que a prevista pelas pesquisas, assumindo a segunda posição como resultado final. Sua decisão de concorrer promete agitar ainda mais o cenário político britânico e introduzir ainda mais incertezas em um momento crucial para o país.

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