Haddad embarcou na noite de segunda-feira para a capital italiana e tem retorno previsto ao Brasil na quarta-feira, chegando em São Paulo na quinta-feira. Além da audiência com o papa, o ministro participará da conferência Enfrentando a Crise da Dívida no Sul Global, organizada em conjunto pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais.
Durante a reunião com o papa Francisco, Haddad pretende debater uma posição coordenada entre o Brasil e o Vaticano para a Cúpula do G7 que acontecerá em junho na Itália. A taxação de grandes fortunas, principalmente a proposta de taxar até 2% dos rendimentos das maiores fortunas do planeta, é vista como uma oportunidade para reduzir a desigualdade social e combater os efeitos das mudanças climáticas.
Haddad também terá uma reunião bilateral com o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo, para debater oportunidades de cooperação em áreas de interesse mútuo, incluindo o apoio à proposta de taxação dos super-ricos. Países como França, Bélgica, Colômbia e União Africana também apoiam a iniciativa, enquanto os Estados Unidos mantêm uma posição mais resistente.
Além disso, na conferência sobre a crise da dívida em países pobres, o ministro destacará o compromisso do Brasil em buscar soluções para os desafios econômicos enfrentados por nações em desenvolvimento. Segundo dados do FMI e da ONU, muitos países em desenvolvimento estão sob risco de moratória devido ao alto endividamento, com gastos com juros superando investimentos em áreas essenciais como educação e saúde.
Em meio a um cenário global de crescente desigualdade e desafios econômicos, a proposta de taxação dos super-ricos ganha cada vez mais adesão, reforçando a necessidade de medidas para combater as desigualdades sociais e mitigar os impactos das crises climáticas e econômicas.