Ministro do TCU defende criação de sistema de governança para prevenir desastres climáticos no Rio Grande do Sul em ciclo de debates.

A Comissão Temporária Externa para acompanhar as atividades relacionadas ao enfrentamento da calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul (CTERS) deu início a um ciclo de debates nesta terça-feira (4), com a presença do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes. Gaúcho e cofundador da Rede de Governança Brasil (RGB), Nardes abordou a necessidade de um sistema sólido de governança no país, com indicadores mais precisos em todos os níveis da Federação, como forma de prevenir desastres climáticos semelhantes ao ocorrido no Rio Grande do Sul. Ele defendeu a aprovação no Congresso Nacional do Projeto de Lei (PL) 9.163/2017, que trata da política de governança na administração federal e está em discussão na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJC).

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), relator da comissão temporária, destacou a importância do projeto e ressaltou a prontidão do Senado em aprová-lo, considerando-o um instrumento fundamental para evitar o desperdício de recursos e para monitorar de forma eficaz os gastos e obras públicas. Mourão também solicitou auxílio do TCU na avaliação dos investimentos atuais e futuros no estado, levando em consideração os danos causados pela calamidade que atingiu quase 95% dos municípios gaúchos.

O programa Recupera Rio Grande do Sul, uma força-tarefa criada pelo TCU para acompanhar as ações de reestruturação do estado, dividiu as atividades em três frentes: contratações e obras de infraestrutura; finanças públicas e impactos fiscais; e defesa civil. A previsão é de que o trabalho do grupo dure cerca de três meses, conforme as condições climáticas. Augusto Nardes foi designado como relator da última área e enfatizou a importância do cumprimento de instrumentos de governança para evitar desperdícios de recursos.

Durante os debates, Nardes também mencionou que a calamidade no Rio Grande do Sul foi mais severa do que o Furacão Katrina, que devastou o litoral sul dos Estados Unidos em 2005. O ministro destacou a necessidade de políticas preventivas e alertou sobre a falta de instrumentos de prevenção em muitos municípios brasileiros. Até o momento, o estado recebeu pouco mais de R$ 200 milhões do governo federal para a Defesa Civil, um valor considerado insuficiente diante dos prejuízos já estimados.

A discussão na comissão temporária representa um importante passo no acompanhamento das ações de enfrentamento da calamidade no Rio Grande do Sul e na busca por medidas eficazes para a prevenção de futuros desastres no país. A criação de mecanismos sólidos de governança e a correta aplicação dos recursos públicos são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar da população gaúcha e de todo o país.

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