Repórter Recife – PE – Brasil

Relatório da Unesco alerta para aceleração do aquecimento dos oceanos e suas consequências globais em novo documento de 2023.

Um novo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta segunda-feira (3) revelou informações alarmantes sobre o estado atual dos oceanos. Diversos aspectos físicos, químicos, ecológicos e socioeconômicos foram abordados no documento, apontando um avançado processo de aquecimento das águas, acidificação e queda nas taxas de oxigênio no ambiente marinho.

De acordo com o relatório, as temperaturas dos oceanos estão em ascensão, não apenas nas camadas superficiais, mas também em regiões mais profundas. O ano de 2023 foi marcado por recordes de temperaturas oceânicas, indicando um aquecimento acelerado. Consequências como a elevação do nível do mar, alterações nas correntes oceânicas e mudanças nos ecossistemas marinhos já são perceptíveis.

Dados da Nasa mostram que nos últimos 30 anos, o nível dos oceanos aumentou, em média, nove centímetros. O relatório enfatiza que esse processo está relacionado ao aquecimento global causado pelo excesso de emissões de gases de efeito estufa. O derretimento das massas de gelo na Groenlândia e na Antártica Ocidental contribuem significativamente para a elevação dos mares.

Além disso, o documento ressalta a importância do oceano no controle climático do planeta, destacando que ele absorve grandes quantidades de gás carbônico. No entanto, essa absorção tem levado à acidificação dos oceanos e à redução da disponibilidade de oxigênio, impactando as espécies e a biodiversidade marinha.

Apesar de reunir diversas informações científicas, o relatório aponta a necessidade de novas pesquisas para aumentar o conhecimento sobre as mudanças em curso e prever suas consequências. O compartilhamento global de dados de forma equitativa e com livre acesso é considerado um desafio. Como alerta o secretário executivo da comissão ocenográfica intergovernamental da Unesco, Vidar Helgesen, a crise oceânica está se desenvolvendo mais rapidamente do que o conhecimento sobre ela, tornando imprescindível a busca por soluções para as múltiplas crises oceânicas que a humanidade enfrenta.

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