Senado adia votação do projeto Mover, que promove tecnologias verdes e taxação de compras internacionais, gerando polêmica e debate intenso.

O Senado Federal adiou nesta terça-feira (4) a votação do projeto que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que visa promover tecnologias para a produção de veículos menos poluentes. O projeto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados na semana anterior e incluía uma emenda que previa a taxação de 20% nas compras internacionais de até US$ 50, afetando grandes varejistas internacionais que vendem online, como Shopee, AliExpress e Shein.

O relator do projeto no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), decidiu excluir essa taxação do relatório, argumentando que o tema não estava relacionado ao conteúdo principal da lei. Essa decisão gerou controvérsia, pois contrariou um acordo entre parlamentares da base do governo e da oposição que tinha sido feito na Câmara.

Durante a sessão, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pediu o adiamento da votação, alegando que o relatório havia sido divulgado de última hora e que não houve tempo suficiente para analisar todas as emendas apresentadas. Outros senadores apoiaram o adiamento, argumentando que era necessário mais tempo para compreender o texto e chegar a um consenso.

Diante do pedido, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), concordou em adiar a votação para o dia seguinte, dando mais tempo para os senadores discutirem a matéria. A proposta do relator seria retomada no plenário na quarta-feira.

O projeto Mover, que inclui a taxação das importações, prevê incentivos de R$ 19,3 bilhões em cinco anos, além de redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular a produção de veículos mais sustentáveis. A discussão sobre a taxação das compras internacionais de até US$ 50 continua sendo um ponto de debate entre os parlamentares e deve ser retomada na próxima sessão do Senado.

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