Recentemente, cientistas na Europa anunciaram que descobriram o que pode estar causando essa alteração no paladar. Segundo um estudo realizado, indivíduos que utilizam semaglutida, o componente ativo do Ozempic, apresentam uma alteração em um gene relacionado ao paladar. Além disso, os participantes que faziam uso do medicamento demonstraram uma sensibilidade aumentada para sabores doces em comparação com aqueles que não o utilizavam.
A endocrinologista Mojca Jensterle Sever, que liderou a pesquisa na Eslovênia, explicou que pessoas com obesidade costumam ter uma percepção menos intensa dos sabores e um desejo elevado por alimentos ricos em energia. No entanto, o estudo revelou que a semaglutida melhorou a sensibilidade gustativa em mulheres obesas, tornando-as mais sensíveis aos quatro sabores básicos: doce, salgado, azedo e amargo.
Os pesquisadores recrutaram 30 mulheres obesas para o estudo e administraram Ozempic a metade delas durante quatro meses. Durante o experimento, a sensibilidade gustativa foi medida por meio de testes que envolviam a detecção de sabores básicos na língua das participantes. Além disso, foram realizados testes genéticos e ressonâncias magnéticas para analisar o efeito do medicamento sobre o paladar.
Essas descobertas podem ter implicações significativas para a compreensão do comportamento alimentar em pacientes que usam Ozempic. Os médicos poderão correlacionar esses resultados com relatos de mudanças no desejo por certos alimentos, indo além das alterações no apetite e na saciedade que auxiliam na perda de peso.
Portanto, a identificação dessa relação entre o medicamento e a sensibilidade gustativa pode contribuir para uma abordagem mais eficaz no tratamento da obesidade e no controle do peso corporal. Os cientistas continuarão investigando os efeitos da semaglutida no paladar, visando melhorar a compreensão dos mecanismos envolvidos nesse processo.
