Em 1996, a Região Sudeste abrigava 62% dos cursos de mestrado do país. No entanto, ao longo dos anos, essa participação caiu em 20 pontos percentuais, demonstrando um movimento de descentralização da pós-graduação. O mesmo fenômeno foi observado nos cursos de doutorado, nos quais a região também perdeu relevância.
Além disso, o estudo também apontou para a presença crescente de mulheres nas pós-graduações, com elas superando os homens tanto em número de títulos de mestrado quanto de doutorado. Porém, mesmo com esses avanços, ainda persistem desafios como a diferença salarial entre gêneros, com as mestras e doutoras recebendo remunerações menores em comparação aos colegas masculinos.
Outra questão abordada no estudo diz respeito à desaceleração do crescimento da pós-graduação nos últimos anos, o que preocupa a comunidade científica. Ainda há uma lacuna a ser preenchida em relação ao número de titulados por habitante, indicando que o país ainda precisa avançar na democratização do acesso à educação de nível superior.
Por fim, o estudo destaca a importância da contratação de mestres e doutores pelo setor privado, especialmente em áreas estratégicas como a indústria, onde a inovação e o desenvolvimento tecnológico são fundamentais para a competitividade. A expectativa é que esses profissionais contribuam significativamente para a geração de novos conhecimentos e processos, impulsionando a inovação e a sustentabilidade nas empresas.
Os resultados do estudo do CGEE revelam um panorama complexo e desafiador da pós-graduação no Brasil, destacando avanços, mas também áreas que necessitam de atenção e investimento para garantir um desenvolvimento sustentável e equitativo no país.