Centro Administrativo em São Paulo gera polêmica com desapropriações e demolições de quarteirões inteiros no centro da cidade.

Movimentos sociais e urbanistas têm se mobilizado para combater o projeto do novo centro administrativo do governo de São Paulo, que inclui a desapropriação e demolição de quatro quarteirões inteiros na região central da cidade. De acordo com a proposta, esses terrenos serão substituídos por torres de 30 andares para abrigar cerca de 22 mil funcionários públicos das secretarias e órgãos estaduais, atualmente distribuídos em diversos pontos da capital.

A indignação em relação ao projeto foi expressa pela Congregação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), que emitiu uma moção de repúdio contra a proposta. Os professores ressaltam que o projeto não passou por nenhum debate público ou avaliação em instâncias adequadas, como a Câmara Municipal de São Paulo, o que fere os princípios democráticos.

Além disso, os docentes destacam a importância de um plano urbanístico para a região dos Campos Elíseos, conhecida pela presença da Cracolândia, e criticam a abordagem adotada no projeto do novo centro administrativo. Segundo eles, o plano previsto parte de uma visão ultrapassada e não considera as atuais moradias, comércios e formas de uso existentes no local.

O concurso para a escolha do projeto arquitetônico e urbanístico do novo centro administrativo também levantou preocupações. Apesar de ser apresentado como um estudo preliminar, o masterplan do concurso já está estabelecido, o que evidencia a falta de transparência e participação da sociedade no processo de decisão.

A possibilidade de demolição de um conjunto habitacional em andamento também preocupa os movimentos de moradia, que convocaram uma aula pública para discutir a situação. A falta de garantias e transparência por parte do governo estadual em relação ao futuro do empreendimento aumenta a incerteza e a insatisfação dos envolvidos.

Diante desse cenário, o governo paulista afirma que o concurso de arquitetura está de acordo com a legislação urbana da cidade e que haverá consultas e audiências públicas para ouvir a população e a sociedade civil organizada. A promessa de um cronograma participativo para a realização do projeto busca acalmar os ânimos e, ao mesmo tempo, garantir a legitimidade das decisões tomadas em relação ao novo centro administrativo de São Paulo.

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