Papa Francisco critica governos endividados que impõem privações incompatíveis com a dignidade humana aos seus povos

O Papa Francisco, em meio a milhões de argentinos sofrendo com a pobreza, fez declarações nesta quarta-feira sobre a crise da dívida que afeta diversos governos ao redor do mundo. Durante uma audiência no Vaticano, o pontífice lamentou a situação gerada por uma globalização mal administrada, a pandemia e as guerras, que resultaram em miséria e angústia para milhões de pessoas, privando-os de um futuro digno.

Francisco ressaltou a indignidade de impor privações ao povo como consequência da crise da dívida, destacando a importância de um mecanismo multinacional baseado na solidariedade e harmonia entre os povos para lidar com essa questão. Ele enfatizou a necessidade de uma responsabilidade compartilhada entre os financiadores e os países devedores, levando em consideração as implicações econômicas, financeiras e sociais do endividamento.

Em meio a essa discussão, o Papa não mencionou nenhum país especificamente, mas sua terra natal, a Argentina, enfrenta uma grave crise econômica devido a políticas de austeridade impostas pelo governo. Os cortes orçamentários têm impactado o poder de compra, o consumo e a atividade econômica, resultando em uma recessão profunda e um aumento do desamparo social.

Recentemente, a Justiça argentina ordenou que o governo distribuísse imediatamente toneladas de alimentos retidos desde dezembro, o que ilustra a gravidade da situação no país. O Papa Francisco, em linha com a doutrina social da Igreja Católica, frequentemente pede o cancelamento das dívidas dos países mais pobres.

Diante desse cenário, o pontífice alerta para a necessidade de ações concretas para lidar com a crise da dívida, visando garantir a dignidade humana e a igualdade entre os povos. A discussão sobre a dívida externa e suas consequências sociais continua sendo um tema de relevância global, e o Papa Francisco se posiciona como um defensor dos mais vulneráveis nesse debate.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo