A Congregação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) emitiu uma moção de repúdio, apontando a necessidade de submeter a proposta à Câmara Municipal de São Paulo e promover um amplo debate com a sociedade. Os professores ressaltam a importância de considerar as atuais moradias, comércios e formas de uso existentes na região, que incluem quase mil moradores e dezenas de comerciantes.
O concurso para escolha do projeto arquitetônico do novo centro administrativo abriu espaço para críticas, uma vez que o plano urbanístico parece estar previamente estabelecido. A proposta de demolição de um conjunto habitacional em parceria com a União das Lutas de Cortiços e Moradia também tem gerado preocupações, levando movimentos de moradia a convocar uma aula pública para debater o assunto.
O secretário estadual de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, sugeriu a possibilidade de incorporar o empreendimento habitacional ao projeto do novo centro administrativo, afastando a ameaça de demolição. No entanto, a falta de medidas concretas nesse sentido tem gerado incertezas entre os moradores e movimentos sociais envolvidos.
A prefeitura de São Paulo e o governo estadual ainda não apresentaram garantias claras em relação ao destino do conjunto habitacional e à realocação dos moradores afetados pela obra. Ainda assim, o governo estadual afirma que o concurso de arquitetura segue a legislação urbana da cidade e está aberto a contribuições da população e da sociedade civil organizada.
O impasse em torno do novo centro administrativo de São Paulo evidencia a importância do diálogo entre as partes envolvidas e a necessidade de considerar os impactos sociais e urbanísticos de projetos desse porte. A sociedade civil segue atenta e mobilizada para garantir que as decisões tomadas respeitem os interesses e direitos da população local.