Seminário “Racismo Ambiental: Impacto Desigual das Mudanças Climáticas” reúne especialistas no Fórum da UFRJ.

O seminário “Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?” teve início nesta terça-feira (4) no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento, promovido pela organização não governamental ActionAid em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), e com o apoio da Fundação Heinrich Böll e do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), reuniu especialistas e ativistas para discutir os impactos desiguais das mudanças climáticas na sociedade.

A mesa de abertura contou com a presença do gerente-executivo regional da EBC, Acácio Jacinto, que compartilhou a visão da empresa em relação aos temas abordados no seminário. Ele ressaltou a importância do papel da empresa na promoção de uma comunicação pública que informe, conscientize e mobilize a sociedade em questões relacionadas à justiça climática. Jacinto enfatizou a urgência de enfrentar o racismo ambiental, que historicamente tem afetado de forma desproporcional as comunidades de cor e de baixa renda, expondo-as a riscos ambientais e limitando seu acesso a recursos de mitigação e adaptação.

Durante o dia, foram realizadas outras duas mesas de debate, com temas como a produção de dados nas comunidades, abordando o racismo ambiental, e a importância de uma educação ambiental antirracista para crianças e jovens. Naiara Ritam, do Instituto DuClima, compartilhou a experiência da instituição e seu engajamento após os trágicos eventos climáticos que atingiram o Morro da Oficina, em Petrópolis. O instituto foca na produção de dados a partir da perspectiva dos territórios, reconhecendo o conhecimento das comunidades locais como fundamental para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

O evento contou com a presença da jovem ativista Thuérzia Souza, de 16 anos, que destacou as conquistas em prol da educação de meninas em Cabo Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. Os projetos visam promover uma educação pública inclusiva e de qualidade, além de capacitar as meninas para combaterem as desigualdades de raça, gênero e classe de forma eficaz.

O seminário “Racismo Ambiental” terá continuidade nesta quinta-feira (5), com mais quatro mesas de debates sobre territórios compartilhados, mudanças climáticas, mobilidade urbana, políticas públicas de enfrentamento ao racismo ambiental e a produção espacial desse fenômeno. A programação segue até às 17h e promete trazer debates enriquecedores e soluções para os desafios enfrentados pelas comunidades atingidas pelo racismo ambiental.

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