Ataque de artilharia deixa pelo menos 40 mortos em Omdurman em meio à guerra civil no Sudão desde abril de 2023.

Na cidade de Omdurman, no Sudão, um “intenso ataque de artilharia” perpetrado por paramilitares resultou em pelo menos 40 mortes, de acordo com ativistas pró-democracia do país. O violento episódio ocorreu nesta sexta-feira e deixou quase 50 feridos, sendo alguns em estado grave. O Comitê de Resistência de Karari, localizado em Omdurman, reportou que os corpos das vítimas foram levados para diferentes centros médicos e cemitérios pelas famílias.

O ataque, atribuído às Forças de Apoio Rápido (FAR), um grupo paramilitar que está em conflito com o Exército sudanês há mais de um ano, aconteceu em meio a combates na ponte Halfaya, conectando Omdurman ao norte de Cartum. Os paramilitares afirmaram que estavam determinados a eliminar os “redutos terroristas” na região de Karari.

Para os grupos pró-democracia, esse ataque se soma a um massacre ocorrido na cidade de Wad Al Nura, onde 104 pessoas, incluindo 35 crianças, perderam a vida. O Sudão tem enfrentado uma guerra civil desde abril de 2023, protagonizada pelo Exército sudanês, liderado por Abdel Fatah al Burhan, e pelos paramilitares, chefiados por Mohamed Hamdan Daglo.

A escalada da violência no Sudão já resultou em dezenas de milhares de mortes e deslocou mais de sete milhões de pessoas de suas casas. Além disso, outros 2,8 milhões de sudaneses foram obrigados a se deslocar devido a conflitos em um país com uma população de 48 milhões.

Ambos os lados envolvidos no conflito têm sido acusados de crimes de guerra, como ataques a civis, bombardeios indiscriminados em áreas residenciais e obstrução do acesso à ajuda humanitária. O número de vítimas do conflito tem sido estimado em cerca de 150.000 pelo enviado especial dos Estados Unidos para o Sudão, Tom Perriello.

A tensão permanece alta no Sudão, com a população civil sofrendo as terríveis consequências desse conflito prolongado e devastador. A comunidade internacional tem sido instada a intervir e tentar conter essa crise humanitária que assola o país africano.

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