De acordo com os depoimentos divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (7), Lessa testou a submetralhadora utilizada no crime para garantir que o silenciador da arma estava funcionando corretamente. Os disparos foram efetuados em um terreno controlado por uma milícia e a arma foi descartada em um córrego da região após o assassinato.
Lessa também relatou que monitorou por três meses a rotina da vereadora, enfrentando dificuldades para concretizar o homicídio. Ele seguiu Marielle até um bar, local de difícil acesso, assim como sua residência.
Outro ponto destacado nos depoimentos foi a informação de que Lessa receberia um loteamento em troca da execução de Marielle. O acordo teria sido articulado por Edmilson Macalé, que foi posteriormente assassinado, e envolveria também a participação de Robson Calixto, conhecido como Peixão.
Após cometer o crime, Lessa seguiu para um bar a fim de assistir a uma partida de futebol do Flamengo. Os depoimentos divulgados nesta sexta-feira representam a primeira parte da delação, que foi liberada em março deste ano após a prisão dos envolvidos no caso.
Lessa apontou os irmãos Brazão, incluindo o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão, como os mandantes do assassinato de Marielle. Todos os acusados estão detidos, porém, suas defesas negam as acusações.
Desta forma, os detalhes divulgados nos depoimentos de Ronnie Lessa contribuem para o esclarecimento do caso Marielle e lançam luz sobre os mecanismos que culminaram no trágico assassinato da vereadora e de seu motorista.