Estudo brasileiro analisa impacto da diferença entre os sexos e a idade na distribuição de neurônios no córtex cerebral.

Um estudo inovador realizado por pesquisadores brasileiros trouxe novas descobertas sobre a distribuição de neurônios no córtex cerebral em homens e mulheres de diferentes idades. Publicado na renomada revista científica Cerebral Cortex, o estudo colaborativo envolveu instituições como o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Nacional de Neurociência Translacional e a Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores analisaram 43 cérebros de homens e mulheres falecidos, todos sem histórico de transtornos neurológicos ou psiquiátricos. Utilizando uma técnica inovadora chamada “fracionador isotrópico”, desenvolvida pelos pesquisadores brasileiros Suzana Herculano-Houzel e Roberto Lent, a equipe pôde estimar com precisão a quantidade de células no córtex cerebral, uma região fundamental para processamento de informações sensoriais, motoras, cognitivas e associativas.

Os resultados revelaram que, em média, o córtex cerebral possui cerca de 10,2 bilhões de neurônios, com uma distribuição heterogênea em diferentes regiões. Surpreendentemente, a massa cerebral dos homens foi observada como sendo 15% maior do que a das mulheres, mas o número de neurônios no córtex era semelhante nos dois sexos, com aproximadamente 10 bilhões de neurônios.

Além disso, foi identificado que homens possuem maior quantidade de células neuronais na região responsável pelo processamento visual, enquanto mulheres apresentam maior densidade neuronal na região frontal do cérebro, associada à resolução de problemas, motivação, planejamento e atenção. Essas descobertas trazem novas perspectivas sobre as diferenças entre os sexos no cérebro humano.

O estudo também investigou o impacto da idade na distribuição de células cerebrais, concluindo que, apesar do envelhecimento, o número de neurônios se mantém relativamente estável ao longo da vida. Esses achados têm o potencial de contribuir significativamente para o entendimento de condições neurológicas e cognitivas, além de destacar a importância de manter o cérebro ativo e saudável em todas as fases da vida.

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