Os detalhes foram revelados nesta sexta-feira (7) pelo Supremo Tribunal Federal, após a retirada do sigilo das oitivas que ainda não tinham sido divulgadas. Nos depoimentos prestados no ano passado à Polícia Federal, Lessa descreveu como testou a submetralhadora usada no crime para verificar o funcionamento do silenciador. Os disparos foram feitos em um terreno dominado por uma milícia e a arma foi descartada em um córrego da região após o assassinato.
Além disso, Lessa admitiu ter monitorado a rotina da vereadora por três meses e enfrentado dificuldades para efetuar o homicídio. Ele revelou ter recebido a proposta de um loteamento em troca da execução de Marielle, feita por Edmilson Macalé, que trabalhava em parceria com Robson Calixto, conhecido como Peixão. Macalé foi assassinado em 2021.
Após cometer o crime, Lessa ainda teve a frieza de ir a um bar assistir a um jogo do Flamengo. Os depoimentos divulgados nesta sexta-feira são parte da primeira parte da delação premiada, liberada em março deste ano após a prisão dos envolvidos no assassinato.
Lessa apontou os irmãos Brazão, Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, como os mandantes do assassinato da vereadora. Ambos estão atualmente detidos, e suas defesas negam as acusações. A revelação desses depoimentos adiciona novas camadas de mistério e intriga a um caso que já havia chocado o país há quase quatro anos.
A brutalidade do crime e os detalhes macabros descritos por Lessa colocam em foco a necessidade de se buscar a verdade e a justiça para Marielle e Anderson, bem como para suas famílias e a sociedade como um todo. Enquanto as investigações continuam e mais detalhes emergem, a esperança é que a luz seja finalmente lançada sobre esse ato cruel e covarde, trazendo o conforto e a paz tão merecidos para as vítimas e suas memórias.
