Exame de ressonância magnética cerebral pode diagnosticar demência 9 anos antes dos sintomas, aponta novo estudopublicado na Nature Mental Health.

Um novo estudo publicado ontem na revista científica Nature Mental Health revelou que apenas seis minutos dentro de uma máquina de ressonância magnética cerebral podem predizer um diagnóstico de demência até 9 anos antes de os sintomas se manifestarem. Os pesquisadores do Centro de Neurologia Preventiva da Universidade de Queen Mary e da Universidade de Londres, no Reino Unido, realizaram essa descoberta que pode revolucionar o diagnóstico precoce da demência.

A demência é uma síndrome caracterizada pela perda cognitiva e de memória, sendo que a maioria dos casos, 60% a 70%, são causados pela doença de Alzheimer, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima. Hoje, há cerca de 55 milhões de pacientes com demência em todo o mundo, número que deve aumentar para 139 milhões até 2050.

Os tratamentos para a demência ainda são limitados e não conseguem interromper a degeneração neural que causa a doença, apenas retardam o declínio das atividades cerebrais. Por isso, a descoberta dos pesquisadores britânicos é tão relevante, pois pode identificar os pacientes em estágios iniciais da doença, permitindo que participem de testes com novas terapias.

A equipe analisou mais de 1.100 exames de ressonância magnética cerebral disponíveis no banco de dados de saúde do Reino Unido, UK Biobank. Eles examinaram alterações na rede de modo padrão do cérebro, que é a primeira afetada pela doença de Alzheimer, e conseguiram prever com mais de 80% de precisão, até quase uma década antes, os diagnósticos de demência.

O neurologista Charles Marshall, líder da pesquisa, ressaltou a importância desse método para desenvolver tratamentos que possam evitar a perda irreversível de células cerebrais causadas pela demência. Com a possibilidade de prever quem irá desenvolver a doença e em quanto tempo, o caminho para novas terapias se torna mais eficaz e preciso. Além disso, o pesquisador Samuel Ereira destacou a facilidade de realizar esses exames e integrá-los aos diagnósticos existentes.

Essa descoberta promete trazer avanços significativos no campo da neurologia e no tratamento da demência, impactando diretamente milhões de pacientes em todo o mundo. É um passo importante na busca por terapias mais eficazes e no diagnóstico precoce da doença, permitindo uma intervenção mais assertiva e impactante na vida dos pacientes.

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