Repórter Recife – PE – Brasil

Falece ex-vereadora Regina Gordilho, primeira mulher a presidir Câmara de Vereadores do Rio, aos 91 anos, após longa trajetória política.

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro lamentou o falecimento da ex-vereadora Regina Gordilho, aos 91 anos, nesta terça-feira (7). A notícia pegou a todos de surpresa, já que a causa da morte não foi divulgada pela casa legislativa. Regina foi uma figura importante na política carioca, participando da 3ª legislatura do Legislativo e se tornando a primeira mulher a presidir a Câmara de Vereadores, no biênio de 1989/1990.

Nascida em Salvador em 1933, Regina mudou-se para o Rio de Janeiro aos 4 anos e construiu sua carreira política após abrir uma confecção de roupas na cidade. No entanto, em 1987, sua vida mudou drasticamente quando seu filho, Marcellus Ribas Gordilho, de 24 anos, foi morto por policiais militares na Cidade de Deus. O jovem foi vítima de espancamento, o que gerou indignação na comunidade e culminou em protestos pela busca de justiça.

Apesar da condenação inicial dos policiais envolvidos na morte de Marcellus, a absolvição em segunda instância gerou revolta e mobilizações públicas contra a impunidade e a violência policial. Regina, com base em laudos médicos, sustentou a tese de que seu filho foi morto por ação contundente após um violento espancamento.

Após o triste episódio, Regina Gordilho se elegeu deputada federal e participou ativamente do cenário político, chegando a votar a favor do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo. No entanto, desentendimentos com líderes partidários a fizeram mudar de sigla e se candidatar à prefeitura do Rio de Janeiro, sem sucesso.

Após encerrar sua carreira política na década de 1990, Regina continuou sua luta contra a violência na cidade carioca através da Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas da Violência, entidade da qual foi fundadora. Sua morte representa uma perda significativa para a política e a sociedade, deixando um legado de perseverança e combate à injustiça. Que sua história inspire novas gerações a lutarem por um mundo mais justo e igualitário.

Sair da versão mobile