Putin adotou um tom mais moderado em seu discurso, contrastando com declarações anteriores que deixaram o Ocidente em alerta sobre o uso de armas nucleares pela Rússia. O líder russo rejeitou a ideia de que tenha incitado a retórica nuclear e salientou que as condições atuais não exigem o uso dessas armas em conflitos armados.
Por outro lado, o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso na Normandia onde criticou a “agressão russa” na Ucrânia e defendeu uma postura mais firme da comunidade internacional contra o país europeu.
Putin lembrou que a Rússia possui uma doutrina nuclear estabelecida que define as condições para o uso de armas atômicas, como a defesa da integridade do país diante de ameaças excepcionais. Ele mencionou também a possibilidade de fazer mudanças nessa doutrina no futuro, mas sem entrar em detalhes.
Diante de uma plateia amistosa no evento em São Petersburgo, Putin expressou confiança na vitória militar na Ucrânia e afirmou não ser necessária uma nova mobilização militar. O avanço das forças russas em áreas do leste ucraniano foi mencionado, assim como a aproximação de Kharkiv, segunda maior cidade do país.
Por fim, Putin declarou que não pretende conquistar Kharkiv, mas sim criar uma “zona sanitária” próxima à fronteira, em resposta aos ataques de Kiev contra cidades russas na região. Ele reforçou a eficácia do complexo industrial de defesa russo e a superioridade tecnológica do país em relação ao inimigo, mas ressaltou que confia no caráter russo e, por isso, não vê necessidade de recorrer a armas nucleares.
