Senador propõe projeto de lei para proibir cancelamentos unilaterais de planos de saúde, diante do aumento de reclamações de usuários.

Nos últimos meses, um aumento significativo no número de reclamações de usuários em relação aos cancelamentos unilaterais de planos de saúde tem chamado a atenção. A preocupação com essa questão levou senadores a agir para garantir que os brasileiros não tenham seu acesso à assistência médica prejudicado. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi um dos parlamentares que tomaram a iniciativa de abordar esse problema, apresentando um projeto de lei que visa proibir as operadoras de cancelarem unilateralmente contratos com pessoas idosas ou com deficiência, especialmente nos planos coletivos, sejam eles empresariais ou por adesão.

A legislação atual permite que os planos de saúde realizem rescisões unilaterais sem justificativa, desde que exista essa previsão no contrato e a comunicação seja feita com um prazo mínimo de 60 dias de antecedência. Para o senador Contarato, essa brecha deixa os beneficiários em situação de insegurança e vulnerabilidade, já que não têm garantias de conseguirem contratar outra operadora.

Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revelam que apenas nos quatro primeiros meses deste ano foram recebidas cerca de 6 mil reclamações relacionadas a cancelamentos unilaterais. Entre abril de 2023 e janeiro de 2024, mais de 5 mil reclamações foram registradas no portal do consumidor.gov.br, vinculado à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

Diante desse cenário preocupante, o senador ressaltou a importância de analisar e discutir a proposta de lei, que aguarda despacho para ser apreciada pelos demais senadores. Enquanto isso, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), presidida por Humberto Costa (PT-PE), promoveu uma audiência pública para debater o problema, reunindo consumidores, representantes de planos de saúde e a ANS.

Durante a audiência, usuários que foram afetados por cancelamentos unilaterais de contratos coletivos de planos de saúde defenderam a proibição total desse tipo de rescisão. Por outro lado, os representantes da saúde suplementar alegaram desequilíbrio financeiro no setor e pediram uma solução que garanta a sustentabilidade do sistema a longo prazo.

Além disso, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) solicitou informações à ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre os contratos de planos de saúde rescindidos unilateralmente pelas operadoras. Damares destacou a violação de direitos fundamentais que essas rescisões representam, incluindo o direito à saúde, à vida, à dignidade da pessoa humana e outros direitos do consumidor, destacando os impactos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Diante da gravidade da situação e do aumento constante de queixas, a atuação dos senadores é fundamental para garantir a proteção dos beneficiários e a qualidade do sistema de saúde suplementar no Brasil.

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