Economista Maria da Conceição Tavares, referência do pensamento econômico desenvolvimentista, morre aos 94 anos em Nova Friburgo

A economista Maria da Conceição Tavares, referência no pensamento econômico desenvolvimentista, faleceu aos 94 anos neste sábado em Nova Friburgo. A causa da morte não foi divulgada. Tavares deixou um legado significativo no campo da economia, influenciando gerações de economistas no Brasil.

Nascida em Portugal em 1930, Tavares mudou-se para o Brasil em 1954, durante a ditadura salazarista. Naturalizou-se brasileira em 1957 e construiu uma carreira brilhante como economista, tendo sido influenciada por grandes pensadores como Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel. Ela atuou como professora e formou renomados economistas, incluindo figuras políticas como Dilma Rousseff e José Serra.

Maria da Conceição Tavares foi uma defensora incansável de uma sociedade mais justa e solidária. Sua contribuição para os estudos sobre substituição de importações foi significativa, e ela chegou a participar da elaboração do plano de metas do governo de Juscelino Kubitschek. Além disso, publicou diversos artigos e livros importantes, como “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, ganhando o Prêmio Jabuti na categoria de economia em 1998.

A economista também teve destaque na formulação do Plano Cruzado durante o governo de José Sarney. Sua atuação política foi marcada por um posicionamento firme, distanciando-se da neutralidade. Além disso, ela foi conselheira econômica do PMDB e posteriormente filiou-se ao PT, sendo eleita deputada federal.

Nos últimos anos, Maria da Conceição Tavares ganhou reconhecimento entre os jovens nas redes sociais, compartilhando vídeos de entrevistas e aulas em que abordava temas relacionados à industrialização nacional. Sua atuação foi fundamental para a discussão de um projeto nacional de desenvolvimento.

A economista foi homenageada pelo BNDES neste ano, sendo destacada como uma figura importante na luta pela democracia e no debate público sobre a economia no Brasil. Sua morte representa uma perda para a comunidade acadêmica e política do país, deixando um legado inspirador para as futuras gerações.

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