No hemisfério norte, um fenômeno extraordinário está atraindo a atenção de especialistas e curiosos. O aumento de um fungo conhecido como “Massospora cicadina” tem preocupado os estudiosos que acompanham o surgimento de bilhões de cigarras, que ocorre a cada 17 anos.
Este parasita intrigante, detectado em parte do centro-oeste americano, consome os insetos de dentro para fora e ainda os leva a comportamentos sexuais atípicos. O cenário é ainda mais fascinante quando se sabe que as cigarras, denominadas ‘periódicas’, permanecem embaixo da terra por até 17 anos.
Na busca por parceiros e fins reprodutivos, as cigarras surgem de seus esconderijos a partir de abril, tornando-se vulneráveis à propagação do fungo Massospora. Este parasita é capaz de desenvolver uma doença sexualmente transmissível que toma conta do corpo das cigarras, mantendo-as vivas o suficiente para transmitir a infecção durante a reprodução.
O entomologista John Cooley, da Universidade de Connecticut, revelou à NBC que aproximadamente 10% dos insetos do Centro-Oeste dos EUA estavam infectados. No entanto, devido ao surgimento histórico das cigarras na região, ainda é difícil mensurar com precisão esses números.
Além disso, a substância catinona presente no fungo, considerada um tipo de anfetamina, contribui para o comportamento energizado das cigarras. O entomologista ainda alertou sobre possíveis efeitos alucinatórios nos pássaros que ingerissem as cigarras infectadas.
Dessa forma, o mundo natural nos presenteia com mais um espetáculo peculiar e perturbador: a simbiose entre um fungo esquizofrênico e cigarras gigantes que se comportam como zumbis em busca de disseminar a infecção para futuras gerações. Um verdadeiro conto de horror da natureza.