No entanto, tudo mudou quando os médicos removeram um tumor que ameaçava sua vida. Após a cirurgia, ela teve dificuldades para falar e engolir, perdendo completamente sua voz. Meses de reabilitação se seguiram, mas sua fala ainda estava comprometida.
Em abril deste ano, aos 21 anos, Lexi recuperou sua voz, não a original, mas um clone gerado por inteligência artificial. A voz sintética, treinada a partir de uma breve gravação de sua adolescência em um vídeo de culinária, é surpreendentemente realista. Essa tecnologia, desenvolvida pela OpenAI, pode ser uma esperança para milhões de pessoas com condições debilitantes que afetam sua capacidade de falar.
No entanto, o uso dessa tecnologia não está isento de polêmicas. Especialistas alertam para os riscos, incluindo golpes telefônicos, manipulação política e desrespeito à dignidade das pessoas que têm suas vozes recriadas sem consentimento. Recentemente, houve casos de falsificação de vozes para enganar eleitores e espalhar discursos de ódio.
Apesar disso, Lexi e sua equipe médica estão confiantes de que o benefício dessa tecnologia justifica os riscos. Ela se tornou a pioneira em colaborar com a OpenAI para reproduzir sua voz perdida. Seu uso diário da voz IA a ajudou a reconectar-se com sua identidade e aumentar sua confiança.
Os médicos de Rhode Island já estão clonando as vozes de outros pacientes e esperam expandir essa tecnologia para hospitais em todo o mundo. A OpenAI está avançando com cautela para garantir que a ferramenta seja usada de forma ética e responsável.
Para Lexi, essa tecnologia representa não apenas a recuperação de sua voz, mas também a redescoberta de uma parte essencial de si mesma. A voz IA está lhe dando a oportunidade de se expressar e se comunicar de uma forma que ela achava perdida para sempre. E, para muitos outros pacientes, essa tecnologia pode significar uma nova esperança de recuperação e renovação da dignidade.
