Eleições no Parlamento da União Europeia indicam guinada conservadora com fortalecimento da extrema direita em meio a desafios pós-pandemia e crise.

Neste domingo, foram encerradas as eleições para renovar o Parlamento da União Europeia, o único órgão eleito no bloco. Com a participação de milhões de eleitores nos 27 países do bloco, a expectativa é que os resultados apontem para um fortalecimento da extrema direita, marcando assim uma guinada conservadora.

O ciclo eleitoral de quatro dias que se encerrou neste domingo testou a confiança dos eleitores em um bloco de cerca de 450 milhões de pessoas. Nos últimos cinco anos, a União Europeia enfrentou desafios como a pandemia, recessão econômica e a crise energética causada pelo conflito na Ucrânia. Tais desafios moldaram a atmosfera política das campanhas eleitorais, que frequentemente se concentram em questões individuais de cada país em detrimento de preocupações estratégicas mais amplas.

Os resultados das eleições devem reconfigurar o cenário político da UE nos próximos cinco anos, num momento em que o bloco enfrenta desafios como a guerra na Ucrânia e negociações comerciais. Com projeções indicando que a centro-direita liderada pelo Partido Popular Europeu deve manter a maioria no Parlamento, é esperado também um avanço significativo da extrema direita, que busca ocupar um espaço anteriormente ocupado pela centro-esquerda e por ambientalistas.

A distribuição das cadeiras ocorre de forma proporcional, de acordo com a porcentagem de votos obtida por cada partido. A Alemanha, maior país do bloco, terá 96 cadeiras, enquanto a França, o segundo maior, terá 81. Chipre, Luxemburgo e Malta terão seis representantes cada. O número total de eurodeputados é limitado a 750, com 720 disputados nestas eleições.

As campanhas eleitorais foram marcadas por promessas de restringir a imigração, reverter políticas energéticas e combater legislações ambientais. Tais discursos encontraram eco em uma parcela crescente do eleitorado europeu, influenciados pela insatisfação com as lideranças políticas tradicionais. Partidos populistas e de extrema direita têm alcançado sucesso em governos de diversos países europeus nos últimos anos, e as pesquisas indicam uma tendência positiva para essas ideologias em várias nações do continente.

Diante dessa cena política em constante evolução, as eleições para o Parlamento Europeu deste domingo têm o potencial de redefinir o mapa político da UE nos próximos anos, trazendo consigo desdobramentos importantes para o futuro do bloco e de seus países membros.

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