O recente envio de balões com sacos contendo lixo, como cigarros, papel higiênico e fezes, é uma retaliação da Coreia do Norte depois que ativistas sul-coreanos lançaram balões com pendrives contendo música K-pop, notas de dólares e material de propaganda contra o líder norte-coreano. Essa provocação mútua resultou na suspensão, por parte do presidente da Coreia do Sul Yoon Suk-yeol, de um acordo militar de distensão assinado com Pyongyang em 2018, quando as relações entre os países eram mais cordiais.
Vale ressaltar que, desde o armistício que encerrou a Guerra da Coreia em 1953, as duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra e separadas por uma zona desmilitarizada. Em 2018, o acordo assinado tinha como intuito reduzir as tensões na península e evitar uma escalada militar. No entanto, com a suspensão desse acordo, Seul retomou os exercícios de tiro e as campanhas de propaganda contra o regime do Norte, incluindo o uso de alto-falantes na fronteira.
A resposta de Pyongyang foi rápida e enfurecida, com a irmã de Kim Jong-un, Kim Yo-jong, alertando que a Coreia do Sul enfrentará constrangimentos se não parar com suas provocações. Ela classificou o lançamento de panfletos por ativistas sul-coreanos como “guerra psicológica” e afirmou que o Norte responderá com “novas ações de neutralização” caso Seul não interrompa suas atividades.
A situação se intensificou ainda mais com o lançamento de mais de 300 balões com lixo durante a noite, conforme informou o Exército sul-coreano. Embora grande parte dos balões tenha sido desviada pelo vento em direção à Coreia do Norte, cerca de 50 deles atingiram o território sul-coreano. As autoridades locais garantem que o lixo contido nos balões não é tóxico, mas a incerteza sobre possíveis novas ações por parte da Coreia do Norte permanece.
Para especialistas, a escalada de tensões pode levar a ações inesperadas por parte de Pyongyang, como o lançamento de farinha, o que causaria pânico na população sul-coreana. A situação atual mostra um cenário de grande incerteza na península coreana, com a possibilidade de uma escalada ainda maior de conflitos entre as duas nações.
