Na última segunda-feira (10), rebeldes no Iêmen anunciaram que desmantelaram uma “rede de espionagem” após a detenção de mais de uma dezena de funcionários de organizações internacionais na semana anterior. Segundo os huthis, uma suposta rede de espionagem israelense-americana foi descoberta e neutralizada. Essas pessoas estariam trabalhando sob o amparo de organizações internacionais e agências da ONU.
Os rebeldes pró-iranianos afirmaram que as detenções foram necessárias para proteger a segurança nacional do Iêmen. Entre os detidos estavam funcionários de alto escalão de agências como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Unesco, Unicef, o Programa Mundial de Alimentos, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o escritório do enviado especial da ONU para o Iêmen.
Além disso, a organização iemenita de defesa dos direitos humanos, Mayyun, também reportou a detenção de 18 funcionários de organizações humanitárias de forma simultânea. Os huthis acusam a rede de estar vinculada à CIA e de realizar atividades de espionagem há anos, com o suposto respaldo inicial da embaixada dos Estados Unidos em Sanaa, até a sua saída em 2015.
A guerra no Iêmen tem sido palco de um dos conflitos mais devastadores dos últimos anos, causando milhares de mortes e mergulhando o país em uma profunda crise humanitária. Desde novembro, os huthis têm realizado ataques a barcos atribuídos a Israel, Estados Unidos e Reino Unido, em solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza.
Esta não é a primeira vez que os rebeldes declaram ter desmantelado uma rede de espionagem. Em maio, eles divulgaram imagens de pelo menos 18 pessoas detidas por supostas atividades de inteligência. A situação no Iêmen continua tensa, com desdobramentos políticos e humanitários preocupantes. A comunidade internacional segue acompanhando de perto os desdobramentos desse conflito complexo e devastador.
