Desde que assumiu a presidência em 2019, Bukele conseguiu reduzir significativamente os índices de criminalidade no país, passando de uma taxa de 38 homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2019 para apenas 7,8 em 2022. Esses números estão bem abaixo da média latino-americana, que é de 16,4 homicídios por 100 mil habitantes no mesmo período.
Os resultados a longo prazo são ainda mais impressionantes, com El Salvador reduzindo a taxa de homicídios de 106,3 por 100 mil habitantes em 2015 para apenas 1,7 em 2023. Esse feito foi alcançado em parte devido ao estado de exceção decretado por Bukele em março de 2022, em resposta a uma onda de violência causada por gangues no país.
A política de prisões em massa adotada pelo governo de El Salvador implicou na detenção de mais de 80 mil pessoas, o que representa mais de 1% da população do país. No entanto, muitas dessas detenções ocorreram sem provas substanciais ou acesso adequado ao devido processo legal, resultando na libertação de cerca de 7 mil indivíduos posteriormente.
Uma das medidas mais emblemáticas de Bukele foi a construção do Centro de Confinamento do Terrorismo, conhecido como “megaprisão”, que abriga mais de 12 mil supostos membros de gangues. Além disso, outras ações, como o reforço policial nas ruas, operações de segurança em comunidades específicas e cercos militares, foram implementadas para combater as organizações criminosas.
Apesar dos expressivos resultados na redução da criminalidade, críticos apontam para violações dos direitos humanos, como prisões arbitrárias, tortura de detentos e mortes em custódia do Estado. Apesar disso, as medidas adotadas por Bukele inspiram outros países da América Latina, como Equador, a considerar a aplicação de estratégias semelhantes para lidar com a violência do crime em suas nações.
Dessa forma, a gestão de Nayib Bukele em El Salvador é marcada por uma abordagem dura e rigorosa no combate à criminalidade, que gera resultados visíveis, mas também levanta questionamentos sobre o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos. O contexto político e social no país segue evoluindo sob a liderança de um presidente que busca erradicar a violência e a criminalidade, mesmo que às custas de medidas controversas.
