A decisão de anular a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado foi tomada pelo governo na última terça-feira (11). O motivo foi a constatação de que a maioria das empresas vencedoras não possuía a capacidade financeira necessária para cumprir os contratos. Diante dessa situação, o novo edital contará com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal, que irão analisar as empresas participantes antes do leilão.
O cancelamento do leilão anterior também foi marcado por um conflito de interesses, levando à demissão do secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller. Suspeitas surgiram após informações de que o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, teria sido indicado pelo ex-secretário. Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, possui ligações com pessoas ligadas ao secretário.
Paulo Teixeira ressaltou durante o anúncio do cancelamento que o objetivo da importação de arroz é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, após as inundações que afetaram o Rio Grande do Sul nos últimos meses. Com o estado sendo responsável por cerca de 70% do arroz consumido no país, a importação se torna essencial para evitar a escassez e o aumento descontrolado dos preços.
Dessa forma, o novo leilão de arroz importado promete ser mais transparente e seguirá regras mais rigorosas, contando com a participação de órgãos de controle e fiscalização. A expectativa é que essa medida contribua para uma competição mais justa e para a garantia do abastecimento do produto no mercado nacional.
