Manifestação em frente ao Congresso argentino termina com cinco deputados hospitalizados após repressão policial com gás

No tumultuado cenário político argentino, pelo menos cinco deputados foram hospitalizados após serem reprimidos com gás pela polícia durante uma manifestação em frente ao Congresso Nacional. A situação ocorreu enquanto os senadores discutiam um projeto de lei fundamental para a governabilidade do presidente Javier Milei.

A deputada opositora Cecilia Moreau expressou sua indignação com a violência policial, afirmando que em 40 anos de democracia nunca havia visto uma repressão tão intensa. Cinco parlamentares ficaram feridos devido aos gases utilizados pelas forças de segurança para afastar os manifestantes das imediações do Congresso, cercado por barricadas.

Além dos cinco deputados hospitalizados, cerca de 40 pessoas foram atendidas no local devido à irritação na pele causada pelos agentes químicos. A Associação contra a Violência Institucional mencionou que não estava claro o número total de hospitalizados, enquanto a oposição exigia o fim da repressão policial.

O Senado debatia a Lei de Bases, um projeto extenso que abordava incentivos a grandes investimentos, reformas trabalhistas, privatizações e a delegação de poderes legislativos ao presidente ultraliberal. Essa lei era vital para Milei, que enfrentava seis meses de governo sem conseguir aprovar nenhuma legislação.

O debate sobre a reforma trabalhista gerou controvérsias, com críticos argumentando que ela retrocederia em conquistas sociais do país. Enquanto o governo insistia na importância da lei para o progresso econômico, organizações sociais, partidos de esquerda, aposentados, professores e sindicatos protestavam nas ruas e até lançavam greves contra o projeto.

Em meio à crise econômica, com recessão, desemprego e inflação alta, o presidente Milei defendeu suas reformas em fóruns internacionais e lutava por apoio em um Congresso polarizado. A batalha legislativa refletia o cenário de instabilidade e tensão política que se estendia pela Argentina, afetando não apenas o governo, mas também a população vulnerável do país.

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