Os especialistas apontam que o crescimento populacional superou o desenvolvimento de conexões elétricas, em um cenário marcado por crise energética, inflação e tensões geopolíticas. A crise da covid-19, o aumento nos preços da energia devido à guerra na Ucrânia, a instabilidade no Oriente Médio e desastres naturais na África subsaariana foram fatores que contribuíram para esse retrocesso.
O relatório também destaca que, entre 2010 e 2022, 18 países da América Latina conseguiram alcançar o acesso universal à eletricidade. Por outro lado, ainda existem 2,1 milhões de pessoas que utilizam aparelhos de cozinha nocivos à saúde, como os queimadores à base de carvão, esterco, madeira ou dejetos agrícolas, resultando em 3,2 milhões de mortes prematuras anualmente.
Na América Latina, aproximadamente 35% da população rural não possui acesso a energia limpa e tecnologia de cozimento, o que impacta negativamente na saúde, principalmente de mulheres e crianças. Porém, o relatório ressalta o crescimento das energias renováveis, como solar e eólica.
Apesar de esforços para desenvolver energias de baixo carbono, o mundo ainda não está preparado para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados à energia. Se as políticas atuais se mantiverem, estima-se que 660 milhões de pessoas ainda estarão sem eletricidade em 2030, sendo 85% delas na África subsaariana. Portanto, é essencial acelerar a implantação de microrredes solares e instalações solares domésticas, como defendido pelo vice-presidente de infraestrutura do Banco Mundial, Guangzhe Chen.
Dessa forma, é crucial adotar medidas para reverter o cenário negativo e garantir o acesso universal à eletricidade e a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.