A água tratada está sendo utilizada na irrigação e na produção de forrageiras, como palma, sorgo, gliricídia e moringa, para alimentação de caprinos. O projeto está sendo realizado em uma área de 01 hectare na Fazenda Primavera, onde a Compesa disponibiliza o esgoto tratado, realiza análises nos resíduos e investe em pesquisas. A Prefeitura de Parnamirim foi responsável por prospectar os produtores rurais e disponibilizar o terreno para a pesquisa, enquanto a UFRPE realiza estudos no solo e nas plantas, visando investigar os benefícios e a segurança do reúso de resíduos na agricultura.
Além disso, o projeto conta com o apoio do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e recursos do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR). O diretor regional do Sertão da Compesa, Guilherme Freie, destacou a importância do reúso de efluentes de esgoto como um grande avanço para a companhia, uma vez que esse insumo pode ser utilizado em diversos segmentos.
O município de Parnamirim foi escolhido devido à sua localização no semiárido e à produção de caprinos, além da presença de uma unidade de pesquisa da UFRPE. A ETE Parnamirim tem capacidade de tratamento de 17 litros por segundo, e a unidade de reúso utiliza uma vazão diária de 9.000 litros por dia, com um investimento de R$ 150 mil na instalação dos sistemas de reúso e irrigação na fazenda.
Os benefícios do reúso da água de esgoto são diversos, incluindo a mitigação das mudanças climáticas, a redução da retirada de água dos mananciais, a contribuição para a fixação de carbono e nutrientes nos solos, o enfrentamento da seca na região semiárida, além do impacto social positivo com o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para os produtores locais. A Compesa atualmente possui 13 projetos em estudo de reúso do esgoto tratado em suas estações de tratamento, visando contribuir para a redução do consumo de água potável e desenvolver tecnologias para o reúso de efluentes tratados no semiárido brasileiro.
