A cena de violência e repressão chocou a população e parlamentares presentes. A deputada Cecilia Moreau, em entrevista à AFP, afirmou: “É um dia muito violento, em 40 anos de democracia nunca tinha visto uma repressão assim”. Segundo informações, outros 40 manifestantes precisaram de atendimento médico no local, mas não foi esclarecido o total de hospitalizados.
A polícia antidistúrbios agiu para evitar que os manifestantes se aproximassem do Congresso, que estava isolado por barricadas. Enquanto isso, os senadores discutiam a Lei de Bases, um projeto que incluía incentivos a grandes investimentos, reforma trabalhista, privatizações e uma polêmica delegação de poderes legislativos ao presidente Milei.
A oposição ao projeto se manifestava nas ruas e também dentro do Senado, com críticas à reforma trabalhista proposta, que foi vista como um retrocesso nos direitos trabalhistas. A discussão se estendeu até a madrugada e gerou protestos de diversos setores da sociedade, como organizações sociais, partidos de esquerda, aposentados e sindicatos.
O presidente Milei defendia seu pacote de reformas como necessário para impulsionar a economia do país, que enfrenta uma recessão econômica com queda na atividade industrial e no consumo. No entanto, a resistência social e política colocava em xeque a aprovação do projeto no Senado, onde o presidente contava com poucos votos a favor. A situação se mostrava tensa e incerta, com possíveis desdobramentos políticos significativos.