Senadores mudam de posição e passam a defender votação de projeto que autoriza cassinos e legaliza jogo do bicho no Brasil

Nesta quarta-feira (12), os senadores contrários ao projeto de lei (PL) que autoriza o funcionamento de cassinos, bingos e legaliza o jogo do bicho no Brasil surpreenderam ao mudar de posição e passar a defender a votação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Até então, esses parlamentares vinham solicitando o adiamento da votação, mas agora afirmam ter os votos necessários para rejeitar o projeto na comissão.

O senador Carlos Vianna (Podemos-MG) declarou à imprensa que acredita que possuem os votos necessários para rejeitar a medida na CCJ, o que indica um possível risco de o PL ser rejeitado. No entanto, os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Rogério Carvalho (PT-SE) solicitaram mais tempo para analisar as alterações feitas pelo relator, o senador Irajá (PSD-TO). Diante disso, o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), optou por adiar mais uma vez a votação.

Alcolumbre enfatizou que esse projeto está em discussão há mais de um ano na Comissão e que este será o último adiamento, com a votação prevista para a próxima quarta-feira (19). O relator da matéria, senador Irajá, elogiou o adiamento, afirmando que precisa de mais tempo para analisar novos pedidos de mudanças no texto.

O projeto de lei em questão, PL 2.234/2022, permite a instalação de cassinos em polos turísticos ou complexos de lazer, como hotéis de luxo e restaurantes, além de legalizar o jogo do bicho. Essa proposta enfrenta resistência de alguns parlamentares e organizações religiosas, que alertam para os riscos associados aos jogos de azar, como endividamento e vício em apostas.

No entanto, o relator da matéria, senador Irajá, argumenta que os jogos de azar já são uma realidade no Brasil e que a regulamentação proposta pelo projeto permitirá o controle do Estado sobre essa atividade, reduzindo os possíveis vínculos com o crime organizado. Ele destaca a importância de direcionar parte da arrecadação para combater o vício em jogos, tratando a ludopatia como um problema de saúde pública.

Enquanto isso, o senador Carlos Vianna defende que a legalização dos cassinos poderia levar patrimônios familiares à ruína, rejeitando a ideia de aprovar o jogo no país devido aos possíveis impactos negativos, como lavagem de dinheiro e endividamento da sociedade brasileira. Com opiniões divergentes em discussão, a votação do projeto na próxima semana promete ser decisiva para o futuro do setor de jogos de azar no Brasil.

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