Governo de São Paulo estuda privatizar Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência em tratamento de doenças infectocontagiosas. Funcionários e população preocupados.

O governo de São Paulo está considerando a possibilidade de passar a gestão do Instituto de Infectologia Emílio Ribas para o setor privado. O hospital, que é um serviço porta aberta administrado diretamente pela Secretaria Estadual de Saúde, teve uma reunião esta semana entre a direção do hospital e representantes dos funcionários para discutir a proposta de ter a administração do hospital transferida para uma entidade privada.

Ésper Kallas, diretor do Instituto Butantan, apresentou as possibilidades de mudanças na administração do hospital durante a reunião. A Secretaria de Saúde de São Paulo não confirmou oficialmente a discussão sobre a terceirização do hospital, mas reconheceu que o assunto está sendo discutido fora dos canais oficiais.

Os funcionários do hospital se reuniram em assembleia para analisar a proposta de terceirização, depois de relatos de uma reunião realizada anteriormente. O comunicado enviado aos trabalhadores afirmou que a instituição precisa de mais flexibilidade na gestão, especialmente em relação aos recursos humanos e financeiros.

O Emílio Ribas, fundado em 1880 e localizado na zona oeste de São Paulo, é uma referência em infectologia e atende diversas especialidades, como tuberculose e HIV. Durante a pandemia de covid-19, o hospital ficou dedicado ao tratamento de infectados com a doença, e é considerado uma instituição importante para atender as populações mais vulneráveis.

Uma das possibilidades em discussão é a fusão do Emílio Ribas com o Hospital das Clínicas, um complexo hospitalar localizado nas proximidades. A reforma do hospital, iniciada em 2014 e com previsão inicial de conclusão em 2016, só foi parcialmente concluída em 2023, com um investimento total de R$ 189 milhões. Se a fusão acontecer, o Emílio Ribas poderá ser gerido pela Fundação Faculdade de Medicina, uma instituição privada sem fins lucrativos.

O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, Augusto Ribeiro, expressou preocupação com a possibilidade de terceirização, destacando a importância de valorizar o serviço público e manter a administração estadual do hospital. Ele ressaltou a ociosidade do hospital devido à demora na convocação dos aprovados no último concurso público.

Em nota, o hospital afirmou que não houve interrupção de serviços e que mais de 60 médicos aprovados em concurso já foram convocados para reforçar as equipes. A situação continua sendo acompanhada de perto pelos profissionais e autoridades de saúde em São Paulo.

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