Nesta nova análise, foram identificados três pilares essenciais para a compreensão do cenário atual do bem-estar no país: confiança, vitalidade e foco. A partir dessas categorias, os diferentes grupos analisados receberam pontuações que variaram de 0 a 1000, sendo que pontuações mais altas indicam uma melhor saúde mental.
Ao analisar por faixa etária, os jovens entre 16 e 24 anos apresentaram o pior índice, com apenas 523 pontos, enquanto os idosos a partir dos 60 anos obtiveram 724, o melhor resultado. No que diz respeito à raça, houve variações, com destaque para os pardos, que apresentaram uma pontuação de 650, e para os indígenas, que tiveram a menor pontuação, com 415.
Segundo o psiquiatra Deivisson Vianna, professor da Universidade Federal do Paraná, houve um retrocesso nas políticas públicas para a saúde mental nos últimos anos, com a perda de espaço de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para comunidades terapêuticas. O especialista ressaltou a importância de investimentos para ampliar os pontos de atuação do Caps e outras modalidades de cuidado, com equipes bem capacitadas e financiadas.
Além disso, o relatório enfatizou a influência das desigualdades nas questões de bem-estar, destacando a pontuação inferior das mulheres em comparação aos homens, bem como os impactos negativos da situação financeira na saúde mental. Outros aspectos, como o uso de redes sociais, horas de sono e dores crônicas, também foram analisados e apontados como fatores que afetam a saúde mental da população.
Dessa forma, a necessidade de políticas públicas eficazes e abrangentes para a promoção da saúde mental no Brasil torna-se evidente, visando reduzir as desigualdades e garantir o bem-estar psicossocial de todos os cidadãos.