Suprema Corte dos EUA defende direito de registro da marca “Trump too small” em caso de conotação sexual contestada

Nesta quinta-feira (13), a Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos emitiu uma decisão que gerou grande repercussão ao afirmar que um cidadão não pode registrar a marca “Trump too small”, com conotações sexuais, defendendo o direito de uma pessoa viva ao uso de seu nome. A decisão do tribunal superior anula uma decisão tomada anteriormente pela corte de apelações.

De acordo com a cláusula da lei de registro de marcas, a restrição não infringe a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão. O tribunal destacou que a tradição de restringir o registro de nomes como marcas comerciais coexiste com a Primeira Emenda e faz parte dessa tradição, conforme consta na decisão proferida.

O caso teve início em 2018, quando a agência de marcas negou a um advogado da Califórnia, chamado Steve Elster, o direito de registrar a marca “Trump too small”, alegando que a lei exigia o consentimento de pessoas vivas para o uso de seu nome. No entanto, o tribunal decidiu a favor do advogado, em nome da liberdade de expressão e do direito de criticar figuras públicas.

A disputa ganhou destaque por se tratar de uma crítica ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e teve como base um famoso comentário feito durante os debates das primárias republicanas de 2016. Na época, o senador Marco Rubio provocou Trump ao mencionar o tamanho de suas mãos, o que gerou uma série de trocas de comentários entre os dois.

A marca em questão, “Trump too small”, foi inspirada nesse episódio e pretendia ser estampada em camisetas e bonés como forma de crítica às ações do ex-presidente. A decisão da Suprema Corte foi tomada após a administração federal solicitar a intervenção do tribunal, argumentando que a recusa de registrar a marca não proibia seu uso, mas apenas privava das proteções associadas ao direito de propriedade intelectual.

Essa polêmica envolvendo o registro da marca é mais um capítulo na conturbada relação entre Trump e seus críticos, que usam a liberdade de expressão como argumento para questionar suas ações e declarações. A decisão da Suprema Corte, portanto, reforça a importância do equilíbrio entre a liberdade de expressão e a proteção dos direitos individuais, especialmente quando se trata de figuras públicas.

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