Congresso equatoriano rejeita pedido para retirar imunidade da vice-presidente acusada de corrupção em investigação – votação apertada.

Nesta sexta-feira (14), o Congresso do Equador tomou uma decisão crucial ao rejeitar o pedido feito pelo máximo tribunal do país para retirar a imunidade que protege a vice-presidente Verónica Abad. Essa medida era necessária para permitir que ela seja processada penalmente em uma investigação por suposta corrupção.

Dos 133 parlamentares presentes, 78 votaram a favor de rejeitar a solicitação da Corte Nacional de Justiça, enquanto 38 votaram contra e 20 se abstiveram. Com essa decisão, Abad permanece protegida pela imunidade enquanto estiver em seu cargo de vice-presidente, que deixará em fevereiro do próximo ano, quando ocorrerão eleições gerais.

As acusações contra Abad envolvem a participação em uma suposta trama de corrupção, conhecida como “caso Nene”. Outros envolvidos, incluindo o filho da vice-presidente, Sebastián Barreiro, continuarão a ser julgados. Abad enfrenta acusações de concussão, um crime imprescritível, e poderá ser processada no futuro.

O Ministério Público alega que a vice-presidente e seu filho pediram dinheiro em troca da promessa de um cargo na vice-presidência, solicitando um pagamento mensal de 1.700 dólares. Além disso, Abad mantém uma relação tensa com o presidente Daniel Noboa, que a enviou como embaixadora para Israel em dezembro, mesmo sem poder removê-la do cargo por lei.

A decisão do Congresso equatoriano foi recebida com críticas pelo ministério do Governo, que alegou que essa era evidência de um “pacto político sujo” entre partidos opositores. Por outro lado, Abad se defendeu das acusações, alegando ser vítima de uma campanha difamatória.

A tensão política aumenta com a proximidade das eleições presidenciais de 2025, em que Noboa pretende se candidatar. No entanto, a lei exige que ele transfira o poder para a vice-presidente durante a campanha eleitoral. Este cenário promete ser um dos mais intensos da política equatoriana nos próximos anos.

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